Os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa exigiram segunda-feira que o presidente, Carmona Rodrigues (PSD) retire ao vereador Lipari Pinto (PSD)a tutela da empresa que gere os bairros municipais, Gebalis.
O vereador da habitação social ausentou-se segunda-feira da reunião do executivo “para não votar contra o relatório e contas relativo ao exercício de 2006” da Gebalis, uma proposta subscrita pelo presidente, Carmona Rodrigues.
Numa declaração lida no início da reunião, Lipari Pinto afirmou que o documento “contém erros e omissões grosseiras, denotando pouco rigor na sua elaboração” e reiterou o pedido de demissão da administração da empresa.
Após a declaração de Lipari Pinto, Carmona Rodrigues suspendeu os trabalhos, retomados depois de cerca de trinta minutos, tendo o relatório e contas passado para último ponto da ordem de trabalhos e depois decidido o adiantamento da sua votação.
O vereador, que assumiu o pelouro detido pela vereadora do CDS-PP, Maria José Nogueira Pinto, até ao final da coligação de direita que governava a Câmara, referiu que o passivo da empresa aumentou de 37,6 milhões de euros, em 2005, para 45 milhões de euros, em 2006.
O vereador socialista Dias Baptista afirmou o “repúdio” do PS em relação à atitude de Lipari Pinto, que, considera, “demonstrou uma grande falta de respeito pelo senhor presidente, pelos vereadores, pela Câmara e pela Gebalis”.
“O senhor presidente devia-lhe ter retirado a tutela, o que não fez”, disse.
“Este episódio só aguçou a falta de capacidade do vereador Sérgio Lipari Pinto se manter com a tutela da Gebalis”, afirmou.
O vereador comunista Ruben de Carvalho considera que Lipari Pinto tentou protagonizar uma “prova de fogo” que surpreendeu a própria maioria social-democrata.
“O vereador Sérgio Lipari Pinto não tem condições para tutelar a Gebalis”, afirmou.
O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, afirmou que Carmona Rodrigues deve “tirar consequências” do comportamento de Lipari Pinto, numa reunião em que, disse, houve “insultos e acusações”.
Questionada sobre a continuidade de Lipari Pinto no pelouro da Habitação Social, a vereadora do CDS-PP, Maria José Nogueira Pinto, respondeu considerar “muito difícil” a manutenção do pelouro sob responsabilidade do autarca social-democrata.
“Não tutelou verdadeiramente a empresa, entrou logo em guerra com o conselho de administração”, afirmou a anterior vereadora da Habitação Social.
“Questão diferente era o senhor vereador ter feito uma proposta diferente daquela que eu fiz para uma nova estratégia e nessa altura era legítimo que quisesse um conselho de administração com um outro perfil”, argumentou.
Nogueira Pinto considera que, por outro lado, Lipari Pinto promoveu a “degradação do bom-nome da empresa” ao criar uma “comissão ad-hoc” para avaliar a Gebalis.
ACL
In Lusa, 17.04.2007
terça-feira, 17 de abril de 2007
Oposição exige que Lipari Pinto deixe de tutelar a Gebalis
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