segunda-feira, 16 de abril de 2007

Câmara Municipal de Lisboa deve a centenas de fornecedores

Os funcionários da Câmara Municipal de Lisboa (CML) têm andado a telefonar em demasia. O 24 Horas teve acesso ao relatório e contas da CML, que vão ser discutidos amanhã, e fez as contas: a 31 de Dezembro de 2006 o valor total e acumulado das dívidas da autarquia a empresas de telecomunicações ultrapassava os 2,6 milhões de contos (13 milhões de euros). Tudo dívidas a curto prazo.

De acordo com o saldo de fornecedores da CML, até 31 de Dezembro de 2006 a CML devia à Vodafone cerca de 1,7 milhões, enquanto a factura relativa à TMN chegava aos 816 mil euros. A Optimus tinha a haver 8500 euros e a Novis podia dar-se por satisfeita, já que da CML só ainda não tinha recebido 49,92 euros, cerca de 10 contos.

As empresas do grupo PT é que apresentavam a factura mais alta: a Portugal Telecom estava sem receber, a 31 de Dezembro de 2006, 181 mil euros e a PT Com ainda não tinha recebido 6741 euros. Mais razão de queixa tinham a PT Comunicações – cuja dívida ascende a 2,9 milhões de euros – e a PT Prime – que ainda não tinha visto a cor a 8,2 milhões. Ou seja, no total estavam por pagar mais de 13 milhões de euros (2,6 milhões de contos) a empresas de telecomunicações.

(…)

Já entre as empresas de construção, a mais afectada com as dívidas camarárias era a Sociedade Imobiliária SolReis (10,7 milhões). Mas não estava sozinha: a Mota Engil seguia-a de perto com 10,5 milhões, e a Construtora do Tâmega com 5,5 milhões. A Teixeira Duarte (3,7 milhões), a Alves Ribeiro (3,65) e Construtora San José (2,5) ficam longe do topo do pódio das empresas com pagamento adiado…

Fora do circuito da construção, mas igualmente a “a arder” a 31 de Dezembro de 2006, estavam a EDP, a quem a CML devia 9,4 milhões de euros, a ValorSul (6,4 milhões), a Securitas (4,1 milhões), a EPAL (3,7), a EPUL (3,2), a Petrogal (3,17) e a Plantiagro com 2,5 milhões de euros.

Só aos fornecedores, a CML devia 376 milhões de euros, sendo que destes, 200 milhões eram dívidas a médio e longo prazo: à Sociedade Parque Expo estavam por pagar 146 milhões e 52 milhões à Simtejo. Aliás, o assumir destas duas dívidas, garantiu o vereador Amaral Lopes na passada quarta-feira, é que levou ao aumento em 61 milhões de euros.


João Bénard Garcia
In 24 Horas, 15.04.2007

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