sexta-feira, 23 de março de 2007

A EPUL é responsabilizada por situações de que não tem culpa

Poderá funcionar em condições uma empresa que, nas últimas décadas de existência, teve dez presidentes? A questão posta por dois quadros veteranos da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), Fernando Santo, que também é bastonário da ordem dos Engenheiros, e Mário Barata, é retórica. Serve para explicar um ponto de vista segundo o qual o funcionamento da empresa tem sido prejudicado pelas sucessivas mudanças de rumo decididas pela Câmara de Lisboa.
A EPUL é muitas vezes responsabilizada por situações de que não tem culpa nenhuma”, observa Mário Barata, responsável pelo património da empresa. E dá como exemplo o que sucedeu no Martim Moniz, cuja mudança de projecto para os prédios da EPUL Jovem exigida pelo então presidente Santana Lopes gerou atrasos no empreendimento. Mas foi a empresa a ser responsabilizada pela demora, e não o autarca. Assessor dos administradores da casa, Fernando Santo compara a missão da EPUL à actuação de um corpo de bombeiros: “Enquanto braço armado da câmara, tem de conseguir responder com eficiência às mudanças de estratégia da câmara”.


Ana Henriques
In
Público, 23.03.2007

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