Na continuação do raciocínio que esteve na génese do artigo anterior, e após ter identificado os prejudicados, parece-me pertinente identificar os culpados.
Memorizei uma expressão que li em algum lado, e que se adequa perfeitamente ao tema deste texto: “O culpado que nega as suas culpas – dobra-as”.
A situação actual da CML, é causada obviamente por um conjunto de personagens e de circunstâncias, que importa identificar, até porque o volume de informação com que nos deparamos diariamente, pode causar alguma dispersão e sobretudo fazer com que ao efectuarmos uma análise se perca a objectividade.
Carmona Rodrigues é obviamente o principal culpado.
Eleito como fazendo parte dessa nova geração de políticos, um neo-político, independente de partidos, e que representava uma lufada de ar fresco, um técnico e não um homem proveniente dos aparelhos partidários, cedo revelou que por muito apelativa que seja a imagem, quando o produto é mau, nada há a fazer.
Encabeçou uma equipa, que não foi escolhida por si, o que para um homem que não se revia na política, revela alguma ambição desmesurada, o poder a qualquer preço.
Os vereadores que Carmona tinha como mais próximos, Gabriela Seara e Fontão de Carvalho, foram constituídos arguidos, o que o torna num líder ainda mais frágil.
A incoerência e o despudor vai ser uma das marcas da sua atribulada passagem pela CML, pois no momento em que Gabriela Seara foi constituída arguida, afirmou que se demitiria se Fontão fosse indiciado, quando o próprio Carmona já tinha conhecimento de que este era arguido.
Um líder que não o é, que finge coordenar uma equipa que se guerreia entre si, sem autoridade e sobretudo sem legitimidade política. Encontra-se refém do aparelho laranja que em período eleitoral sempre afirmou não pertencer.
Por vezes o caminho mais digno é a saída, o reconhecer que o trabalho efectuado ficou muito aquém das expectativas geradas, que tem sido francamente mau. Aguardemos.
Lisboa e os lisboetas mereciam melhor. Muito melhor.
Marques Mendes, é igualmente culpado, pois Carmona Rodrigues é uma escolha pessoal sua, fruto dos argumentos utilizados e por demais conhecidos, no último processo autárquico.
Interveio directamente na gestão da câmara, ao impedir uma nomeação de um adversário interno do seu partido. Esta decisão colocou um ponto final na coligação com Maria José Nogueira Pinto, e o início da bola de neve.
É lamentável que os destinos da capital de Portugal sejam geridos neste momento a partir de um gabinete de um homem, que toma decisões baseando-se em critérios que lhe proporcionem mais vantagens internas, na gestão da paz podre que reina no PSD, ou consoante os seus interesses individuais, ignorando os interesses superiores de Lisboa.
A sua sobrevivência como líder do PSD está directamente relacionada com o desfecho que ocorrer na Câmara Municipal de Lisboa, perspectivando-se que no caso de Carmona ser constituído arguido ou no caso do PSD deixar de ser poder na CML, esteja criada a oportunidade que os seus adversários internos à muito aguardam para (re) inciar a luta pela liderança no PSD.
Por fim, o último culpado, que com a conivência de alguma imprensa e uma estratégia de intervenção mediática cuidadosamente estudada, tem tentado manter um certo distanciamento entre os seus feudos e a situação na CML.
Refiro-me a Paula Teixeira da Cruz, presidente da AML, também ela com responsabilidades substanciais na actual situação da autarquia lisboeta.
Foi diversas vezes acusada de ingerências na gestão da CML, situadas num contexto de estratégia política na distrital de Lisboa do PSD, da qual é a líder, mas também motivadas por uma guerra de baixa intensidade que manteve com Maria José Nogueira Pinto. É apontada em alguns blogs da responsabilidade de militantes do PSD como o cérebro por detrás de algumas polémicas, como a da Gebalis, novamente com o intuito de reforçar a sua influência dentro da CML, ou a dos seus correligionários, antigos (Marina Ferreira) ou muitíssimo recentes (Sérgio Lipari).
Tudo aponta para que se assuma, mais dia menos dia, como candidata à liderança da CML, embora em entrevista ao Diário de Noticias, recuse esse objectivo, o que nos parece uma opção lógica, pois assumir-se como tal era uma movimentação precoce que não lhe traria vantagens no presente e óbvias desvantagens no futuro.
No entanto, os seus movimentos, em especial aqueles que são efectuados no âmbito do PSD Lisboa e que se repercutem (infelizmente para todos os lisboetas) na CML, contribuindo para a degradação da situação desta, são efectuados com um objectivo que me parece, cada vez mais inegável: a candidatura à presidência da CML.
A seu tempo saberemos se estamos ou não certos...
HG
Memorizei uma expressão que li em algum lado, e que se adequa perfeitamente ao tema deste texto: “O culpado que nega as suas culpas – dobra-as”.
A situação actual da CML, é causada obviamente por um conjunto de personagens e de circunstâncias, que importa identificar, até porque o volume de informação com que nos deparamos diariamente, pode causar alguma dispersão e sobretudo fazer com que ao efectuarmos uma análise se perca a objectividade.
Carmona Rodrigues é obviamente o principal culpado.
Eleito como fazendo parte dessa nova geração de políticos, um neo-político, independente de partidos, e que representava uma lufada de ar fresco, um técnico e não um homem proveniente dos aparelhos partidários, cedo revelou que por muito apelativa que seja a imagem, quando o produto é mau, nada há a fazer.
Encabeçou uma equipa, que não foi escolhida por si, o que para um homem que não se revia na política, revela alguma ambição desmesurada, o poder a qualquer preço.
Os vereadores que Carmona tinha como mais próximos, Gabriela Seara e Fontão de Carvalho, foram constituídos arguidos, o que o torna num líder ainda mais frágil.
A incoerência e o despudor vai ser uma das marcas da sua atribulada passagem pela CML, pois no momento em que Gabriela Seara foi constituída arguida, afirmou que se demitiria se Fontão fosse indiciado, quando o próprio Carmona já tinha conhecimento de que este era arguido.
Um líder que não o é, que finge coordenar uma equipa que se guerreia entre si, sem autoridade e sobretudo sem legitimidade política. Encontra-se refém do aparelho laranja que em período eleitoral sempre afirmou não pertencer.
Por vezes o caminho mais digno é a saída, o reconhecer que o trabalho efectuado ficou muito aquém das expectativas geradas, que tem sido francamente mau. Aguardemos.
Lisboa e os lisboetas mereciam melhor. Muito melhor.
Marques Mendes, é igualmente culpado, pois Carmona Rodrigues é uma escolha pessoal sua, fruto dos argumentos utilizados e por demais conhecidos, no último processo autárquico.
Interveio directamente na gestão da câmara, ao impedir uma nomeação de um adversário interno do seu partido. Esta decisão colocou um ponto final na coligação com Maria José Nogueira Pinto, e o início da bola de neve.
É lamentável que os destinos da capital de Portugal sejam geridos neste momento a partir de um gabinete de um homem, que toma decisões baseando-se em critérios que lhe proporcionem mais vantagens internas, na gestão da paz podre que reina no PSD, ou consoante os seus interesses individuais, ignorando os interesses superiores de Lisboa.
A sua sobrevivência como líder do PSD está directamente relacionada com o desfecho que ocorrer na Câmara Municipal de Lisboa, perspectivando-se que no caso de Carmona ser constituído arguido ou no caso do PSD deixar de ser poder na CML, esteja criada a oportunidade que os seus adversários internos à muito aguardam para (re) inciar a luta pela liderança no PSD.
Por fim, o último culpado, que com a conivência de alguma imprensa e uma estratégia de intervenção mediática cuidadosamente estudada, tem tentado manter um certo distanciamento entre os seus feudos e a situação na CML.
Refiro-me a Paula Teixeira da Cruz, presidente da AML, também ela com responsabilidades substanciais na actual situação da autarquia lisboeta.
Foi diversas vezes acusada de ingerências na gestão da CML, situadas num contexto de estratégia política na distrital de Lisboa do PSD, da qual é a líder, mas também motivadas por uma guerra de baixa intensidade que manteve com Maria José Nogueira Pinto. É apontada em alguns blogs da responsabilidade de militantes do PSD como o cérebro por detrás de algumas polémicas, como a da Gebalis, novamente com o intuito de reforçar a sua influência dentro da CML, ou a dos seus correligionários, antigos (Marina Ferreira) ou muitíssimo recentes (Sérgio Lipari).
Tudo aponta para que se assuma, mais dia menos dia, como candidata à liderança da CML, embora em entrevista ao Diário de Noticias, recuse esse objectivo, o que nos parece uma opção lógica, pois assumir-se como tal era uma movimentação precoce que não lhe traria vantagens no presente e óbvias desvantagens no futuro.
No entanto, os seus movimentos, em especial aqueles que são efectuados no âmbito do PSD Lisboa e que se repercutem (infelizmente para todos os lisboetas) na CML, contribuindo para a degradação da situação desta, são efectuados com um objectivo que me parece, cada vez mais inegável: a candidatura à presidência da CML.
A seu tempo saberemos se estamos ou não certos...
HG
2 comentários:
Este texto/artigo identifica um a um os grandes culpados da terrivel crise que se instalou na instituição CML.
Só não vê quem não quer que esta tripla, com estratégias e esquemas individuais, está a trilhar um caminho de total destruição e descredito da edilidade.
Para quando a credibilização?
E Lisboa e os Lisboetas?
Pois é, tudo e todos esquecidos por entre as terríveis teias deste jogo que põe em causa diariamente o presente, e hipoteca o futuro da nossa Cidade.
Marques Mendes há muito que não vive nem sobrevive, vegeta... Se é que tal coisa é 'ser'. Acredito mais que seja uma fora me 'estar' mas, numa total apatia.
Carmona é obviamente culpado e, a sua sede de poder há muito que é conhecida. Se sabia ser este o seu tecto político, como acredito que sabia, então ganhou muitas ilusões de que poderia ir mais longe e neste momento, conta com a velha máxima do populismo demagogo que diz que o povo tem fraca memória e se até ao fim do mandato 'as gentes' de Lisboa se esquecerem... Contas feitas, saiu a ganhar! Mas nós não deixaremos que isso aconteça, pois não? É para isso mesmo que cá estamos, para não deixar que as falhas de memória levem a melhor.
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