quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Lisboa precisa de renascer...

Decidimos publicar o seguinte texto, da autoria do nosso amigo CMC, retirado de uma das maiores referências qualitativas da blogosfera nacional, aconselhando vivamente uma visita regular ao mesmo, se possível diária…

"Qualquer lisboeta sabe que a cidade há cinco anos que tem andado para trás.
A (des)governação foi patente com o edil eleito em 2001, e tivemos quatro anos de episódios rocambolescos. Muita parra sem uva.Desde o caso do Parque Mayer e dos milhões gastos sem retorno para a cidade, que se arrasta; da Feira Popular, que desapareceu e nunca mais se lhe encontra rasto; do Pavilhão Carlos Lopes, que se degrada; do projecto verde, que desapareceu e não há mínimo vestígio; do trabalho social, que definha; da limpeza urbana, que se degrada; da Educação, que se adia; da Cultura, que se anuncia para as calendas; sem esquecer o buraco construído no centro da cidade, com o famigerado Túnel do Marquês e que em vez de melhorar a circulação da cidade só a tem entupido... há anos!Lisboa não se tem adiado, não tem andado à deriva, tem recuado.Goste-se ou não das personalidades, mas a gestão municipal, primeiro de Jorge Sampaio e depois de João Soares, deu à cidade o salto quantitativo e, principalmente, qualitativo que Lisboa precisava e merecia. Isso é inquestionável. Lisboa melhorou e muito.Recordo que o principal compromisso de João Soares, assumido com a cidade em 1997, de erradicar os vários cancros de barracas que minavam o concelho em vários locais, foi cumprido na totalidade, contra muitas expectativas, que auguravam que o Casal Ventoso ou a Musgueira, como as conhecíamos, nunca deixariam de ser o que eram.Entre 1997 e 2001, fruto de um trabalho consistente e devidamente preparado, a cidade mudou de cara e, mais do que a mudança de face, mudou de Alma, como já estava a mudar desde 1990, tornando-se um concelho mais digno e promotor de coesão social.Todo este árduo, mas necessário trabalho, de 12 bons e frutíferos anos, foi deitado por água abaixo em cinco anos. Onde havia projectos e directrizes para o futuro, passou a haver gestão sem rumo, sem projecto, sem visão para a Lisboa do século XXI.Eram vários os autarcas e autarquias que encontravam na gestão de Lisboa um exemplo de governação para mudar as diversas realidades concelhias.Mas, desde 2002, primeiro, a cidade foi servida por quem se orientava pelos gostos pessoais. Ora um dia dizia A, no dia seguinte o seu contrário e noutro momento o seu inverso. Depois, em 2005, os lisboetas escolheram, e muitos pensavam que um técnico seria o melhor para disciplinar a cidade, depois de quatro lamentáveis anos.Um ano depois, já se percebeu que o técnico não tem competências políticas para liderar a cidade, que não reúne uma equipa qualificada, e, por isso, a desgraça em que nos encontramos e os episódios que a todos entristecem, com a guerra de poleiros internos do PPD, projectada na Câmara de Lisboa, que existe para servir a cidade e os munícipes, não as secções do partido. (...)"

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