quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Zangam-se as Comadres...

O presidente da Gebalis questionou hoje a legalidade do relatório sobre a empresa elaborado por uma comissão criada pelo vereador da Habitação Social na Câmara de Lisboa e enviado para o Tribunal de Contas e Inspecção-Geral das Finanças.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da empresa que gere os bairros municipais, Francisco Ribeiro, defendeu que devia ter sido pedido uma auditoria formal sobre a empresa e se houvesse matéria para investigar seriam desencadeados os meios legais.

Adiantou ainda que a nomeação da comissão devia ser da competência da Câmara de Lisboa e não do vereador Sérgio Lipari Pinto e defendeu que a investigação devia ter sido realizada por “entidades externas e independentes”.

Para a vereadora do CDS-PP, Maria José Nogueira Pinto, que detinha em 2006 o pelouro da Habitação Social, a comissão é ilegal.
A comissão é composta por pessoas que não têm estatuto para investigar, disse à Lusa a autarca lembrando que a empresa já foi auditada várias vezes.

Fonte do gabinete do vereador adiantou que a comissão elaborou o relatório à situação da empresa cujo conteúdo é suficientemente grave para o vereador ter decidido enviá-lo para o TC e IGF que têm competências para avaliar o seu conteúdo e agir em conformidade”.

Maria José Nogueira Pinto disse à Lusa que o envio para o Tribunal de Contas e a Inspecção-Geral de Finanças a deixa “muito tranquila”.

Francisco Ribeiro disse à Lusa que não teve conhecimento do conteúdo do relatório e lamentou não ter podido exercer o contraditório, e acrescentou: “quando questionámos a legalidade da comissão, nunca nos opusemos a esclarecer quaisquer dúvidas ou suspeição que houvessem”.

Esta declaração é refutada pelo gabinete do vereador Lipari Pinto, esclarecendo que forma enviados dois pedidos de informação à administração da Gebalis (a 4 de Dezembro e a 28 de Dezembro), os quais forma “muito parcialmente satisfeitos”. “O relatório foi feito, apesar do administrador bloquear o acesso à informação que foi chegando gradualmente à comissão”, acrescentou.

Esta situação foi contestada por Francisco Ribeiro: “no dia 18 de Janeiro, entrei em cena a dizer que, independentemente de não estar esclarecida a legalidade da comissão, reservava o direito de no caso de haver alguma suspeição ser o primeiro a diligenciar junta das entidades”.
O responsável da Gebalis lembrou ainda que Sérgio Lipari Pinto foi director-geral da empresa até Outubro de 2005 e “conhece as fragilidades e potencialidades da empresa”.
O vereador não pode dar apoio à suspeição sobre colegas sem justificação”, sustentou, lembrando que a empresa tem 200 funcionários e gere 24 mil fogos municipais e “é de uma irresponsabilidade pôr em causa isto tudo”.

Maria José Nogueira Pinto lembrou ainda que Sérgio Lipari Pinto deixou a empresa em falência técnica em 2005 e que, para a reequilibrar financeiramente, a Câmara de Lisboa aprovou em Setembro de 2006 uma operação de titularização de créditos futuros da Gebalis.

Questionado pela Lusa se pondera demitir-se do cargo devido a esta situação, Francisco Ribeiro disse que não. “Pus o meu lugar à disposição quando a vereadora Maria José Nogueira Pinto deixou o pelouro da Habitação Social e reconduziram-me no cargo. Neste momento, não pondero a demissão pela simples razão de não sair num clima de suspeição sobre a empresa”, frisou.


In Lusa, 21.02.2007

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