Declaração do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Faz, por esta altura, dois anos que o PSD me convidou para encabeçar a sua lista, como independente, às eleições autárquicas de 2005.
Aceitei com grande orgulho, empenho e vontade de ajudar a construir uma cidade melhor para todos. Tinha consciência das minhas limitações enquanto homem não político mas o projecto que imaginei falou mais alto na voz da minha consciência e das minhas convicções.
Acreditei que conseguiria cumprir o mandato e o programa para o qual fui eleito, com uma expressiva vitória, nunca antes alcançada pelo PSD.
A todos os me que têm acompanhado e apoiado neste projecto, os meus agradecimentos.
Foram dois anos extremamente duros. Foi com grande empenho e sacrifício pessoal que me dediquei. Nunca me cansei! Fi-lo porque acreditei. Ainda hoje me custa não acreditar.
Não descarto o facto de eu próprio ter cometido alguns erros, nomeadamente erros de cariz político ou de comunicação. Nem sempre soube transmitir o meu ponto de vista, o nosso ponto de vista. O principal erro foi não ter dado importância a assuntos acessórios que ganharam dimensão na comunicação social.
Ainda ontem, na comunicação social, foram lembrados os ditos “casos” deste ano e meio de mandato: Infante Santo, EPUL, Parque Mayer, Marvila, coligação, ... Muitos deles transitados de mandatos anteriores.
Mas, caros lisboetas, não é por isto que se renuncia. Não pode ser matéria suficiente. São problemas para os quais foram e estavam a ser encontradas soluções.
Orgulho-me de ter cumprido, enquanto consegui, o meu programa eleitoral. Foram lançados os processos de reabilitação dos Bairros Padre Cruz, Boavista e Liberdade, minhas prioridades. Foi terminada a versão do PDM para discussão. Foi criado o quadro pessoal privado da CML para terminar com a precaridade do emprego de centenas de trabalhadores. Foi concluída a pista municipal de atletismo Prof. Moniz Pereira. Foram abertos os novos parques Oeste, Belavista Sul e a Quinta dos Lilazes. Criaram-se os jardins digitais com acesso livre à Internet. Instalaram-se radares para diminuir a sinistralidade automóvel. Disponibilizaram-se 5000 lugares de estacionamento para residentes. Alargou-se o âmbito da EMEL para melhorar as condições de mobilidade de pessoas e de viaturas. Fechou-se ao trânsito a zona do Castelo de S. Jorge. Reabriu-se o Teatro Maria Matos. O Cinema S. Jorge passou a dispor de uma programação permanente. O Teatro S. Luiz continua a ser um sucesso. O filme FADOS, apoiado pela Câmara, vai ser lançado internacionalmente ainda este mês. O Casino de Lisboa está feito, contribuindo com verbas importantes para Lisboa. O edifício dos Serviços Sociais está prestes a ser inaugurado, bem como a nova esquadra da PSP na Alta de Lisboa. A gestão centralizada de compras, nunca antes feita, já está a dar resultados.
O Túnel do Marquês está feito, em funcionamento e com segurança. Tal como previ, melhorou o trânsito na cidade. Melhorem-no agora, retoquem-no. Mas está feito.
Deu-se início aos processos de reestruturação da EPUL, do saneamento financeiro da GEBALIS e da integração da EMARLIS na EPAL.
Defendemos os interesses da cidade, opondo-nos a projectos do Porto de Lisboa na zona de Santos, lesivos dos interesses dos lisboetas. Defendemos sempre os interesses de Lisboa na questão do novo aeroporto internacional. Contribuímos para a solução da conclusão da CRIL, em concurso. Contribuímos para a solução do Eixo N-S, em fase de conclusão. O Rating da Câmara, pese embora o que se diz da situação financeira, é igual ao melhor do País.
Lisboa progrediu, sendo reconhecido internacionalmente que Lisboa é hoje uma cidade mais segura, mais atraente, com mais investimento estrangeiro, com mais turismo e com melhor qualidade de vida.
Mas os eventuais erros que foram cometidos não justificam, na minha opinião, a extrema animosidade e violência das reacções que foram ocorrendo. Não justificam.
Tenho tido uma oposição liderada, muitas vezes, por comportamentos persecutórios, mentirosos, deturpadores e irresponsáveis personificadas por algumas pessoas e instituições.
Devo dizer-vos também que nem só daí vieram os que não quiseram o sucesso deste projecto. Não me pesa a responsabilidade da desgovernação.
Lisboetas, neste processo tudo foi pretexto para que não se governasse, não se fizesse, e o que se fez há-de sempre ter defeito.
É dito que não existem hoje condições de governabilidade em Lisboa. As condições políticas assim o determinaram.
Não senti, em muitas ocasiões, o apoio de vários sectores do PSD que, com passividade, assistiram a muitos dos ataques de que fui alvo contribuindo com esse insuportável silêncio para a transformação de mentiras em verdades.
Tenho, contudo, sentido o apoio e a solidariedade de inúmeros autarquas deste país, tanto do PSD como de outras forças partidárias.
Todos falam na necessidade da renovação da classe política. O certo é que o sistema político-partidário deste País não está preparado para que independentes abracem a vida política. E tentam, de todas as formas, expelir os corpos estranhos.
O que me motivou a continuar?
As pessoas de Lisboa que, na rua, continuavam a apoiar e a acreditar. A confiança no projecto e nesta enorme família que é a Câmara de Lisboa. A convicção de que um Homem nunca desiste por mais adversas que as condições sejam. E, acima de tudo, o interesse do povo de Lisboa. O que me move são as pessoas. Tudo o resto é instrumental.
Dei a minha cara por Lisboa. Empenhei o nome dos que me apoiaram. Quiseram manchar a minha cara. Sinto-me ferido na minha honra. Antes de ser acusado, já sofro as consequências, já sofro as consequências de actos que não cometi.
Disse, em tempos, que aceitava como princípio a posição do PSD relativamente à manutenção em funções de titulares de cargos públicos constituídos arguidos, mas que devíamos analisar caso a caso.
Dois dos meus Vereadores, na análise crítica da sua consciência, optaram por suspender funções. Apoiei-os e manifestei a minha solidariedade. Devo dizer, em nome da verdade, que os tentei demover, consciente que estava e estou da sua correcção.
Hoje sou eu próprio arguido no mesmo processo e, como sabem, fui hoje ouvido pelo DIAP. Prestei todos os esclarecimentos que me foram solicitados e disponibilizo-me, naturalmente, sempre que a justiça entender necessária a minha presença. Respeito muito a Justiça e espero que possa ser célere.
Eu estou de consciência tranquila e sei que a verdade virá mais tarde ou mais cedo ao de cima. Ainda que em sede de julgamento.
A política e a justiça devem coexistir no respeito integral pela esfera de actuação de cada uma. Confio na Justiça portuguesa e confio no meu julgamento político.
Se há corrupção, que se investigue, que se diagnostique e se actue. Por isso está em curso uma sindicância aos serviços da CML. (Meus Senhores, até este acto é alvo de críticas!).
Afirmei também que aconteça o que acontecer é meu propósito levar este mandato até ao fim. Sempre defendi a estabilidade e a responsabilidade de todas as forças políticas para garantir as condições de governabilidade. E há muitas maneiras de o fazer.
Falei com o Presidente do PSD e disse-lhe compreender a posição do partido. Disse-lhe também que reservaria para depois a minha posição.
Pois bem, meus senhores, chegou essa hora.
Cada eleito é livre, de acordo com a sua consciência e livre vontade, de ficar, suspender ou renunciar. Respeitarei sempre a decisão de todos e de cada um. Assim como sempre respeitei as instituições, Câmara, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia. Se a maioria dos Vereadores não quiser ficar, aceito e nada mais poderei fazer. Entendo também que se houver lugar a uma actualização da vontade popular, essa actualização deve abranger todos os órgãos autárquicos.
Com sentido de responsabilidade, tal como o Comandante de um navio, não serei eu o primeiro a abandonar o barco. Nem permitirei que me atirem pela borda fora.
Meus caros concidadãos, eu não estou agarrado ao Poder como muitos tentarão fazer passar. Estou a honrar um compromisso certo de que é isso que se espera dos Homens e das Mulheres que abraçam a vida pública. Também vos digo: Quem não sabe ganhar no terreno, tenta sempre fazê-lo na Secretaria.
Muito Obrigado
In Blog dos que querem que Carmona fique 03.05.2007
Faz, por esta altura, dois anos que o PSD me convidou para encabeçar a sua lista, como independente, às eleições autárquicas de 2005.
Aceitei com grande orgulho, empenho e vontade de ajudar a construir uma cidade melhor para todos. Tinha consciência das minhas limitações enquanto homem não político mas o projecto que imaginei falou mais alto na voz da minha consciência e das minhas convicções.
Acreditei que conseguiria cumprir o mandato e o programa para o qual fui eleito, com uma expressiva vitória, nunca antes alcançada pelo PSD.
A todos os me que têm acompanhado e apoiado neste projecto, os meus agradecimentos.
Foram dois anos extremamente duros. Foi com grande empenho e sacrifício pessoal que me dediquei. Nunca me cansei! Fi-lo porque acreditei. Ainda hoje me custa não acreditar.
Não descarto o facto de eu próprio ter cometido alguns erros, nomeadamente erros de cariz político ou de comunicação. Nem sempre soube transmitir o meu ponto de vista, o nosso ponto de vista. O principal erro foi não ter dado importância a assuntos acessórios que ganharam dimensão na comunicação social.
Ainda ontem, na comunicação social, foram lembrados os ditos “casos” deste ano e meio de mandato: Infante Santo, EPUL, Parque Mayer, Marvila, coligação, ... Muitos deles transitados de mandatos anteriores.
Mas, caros lisboetas, não é por isto que se renuncia. Não pode ser matéria suficiente. São problemas para os quais foram e estavam a ser encontradas soluções.
Orgulho-me de ter cumprido, enquanto consegui, o meu programa eleitoral. Foram lançados os processos de reabilitação dos Bairros Padre Cruz, Boavista e Liberdade, minhas prioridades. Foi terminada a versão do PDM para discussão. Foi criado o quadro pessoal privado da CML para terminar com a precaridade do emprego de centenas de trabalhadores. Foi concluída a pista municipal de atletismo Prof. Moniz Pereira. Foram abertos os novos parques Oeste, Belavista Sul e a Quinta dos Lilazes. Criaram-se os jardins digitais com acesso livre à Internet. Instalaram-se radares para diminuir a sinistralidade automóvel. Disponibilizaram-se 5000 lugares de estacionamento para residentes. Alargou-se o âmbito da EMEL para melhorar as condições de mobilidade de pessoas e de viaturas. Fechou-se ao trânsito a zona do Castelo de S. Jorge. Reabriu-se o Teatro Maria Matos. O Cinema S. Jorge passou a dispor de uma programação permanente. O Teatro S. Luiz continua a ser um sucesso. O filme FADOS, apoiado pela Câmara, vai ser lançado internacionalmente ainda este mês. O Casino de Lisboa está feito, contribuindo com verbas importantes para Lisboa. O edifício dos Serviços Sociais está prestes a ser inaugurado, bem como a nova esquadra da PSP na Alta de Lisboa. A gestão centralizada de compras, nunca antes feita, já está a dar resultados.
O Túnel do Marquês está feito, em funcionamento e com segurança. Tal como previ, melhorou o trânsito na cidade. Melhorem-no agora, retoquem-no. Mas está feito.
Deu-se início aos processos de reestruturação da EPUL, do saneamento financeiro da GEBALIS e da integração da EMARLIS na EPAL.
Defendemos os interesses da cidade, opondo-nos a projectos do Porto de Lisboa na zona de Santos, lesivos dos interesses dos lisboetas. Defendemos sempre os interesses de Lisboa na questão do novo aeroporto internacional. Contribuímos para a solução da conclusão da CRIL, em concurso. Contribuímos para a solução do Eixo N-S, em fase de conclusão. O Rating da Câmara, pese embora o que se diz da situação financeira, é igual ao melhor do País.
Lisboa progrediu, sendo reconhecido internacionalmente que Lisboa é hoje uma cidade mais segura, mais atraente, com mais investimento estrangeiro, com mais turismo e com melhor qualidade de vida.
Mas os eventuais erros que foram cometidos não justificam, na minha opinião, a extrema animosidade e violência das reacções que foram ocorrendo. Não justificam.
Tenho tido uma oposição liderada, muitas vezes, por comportamentos persecutórios, mentirosos, deturpadores e irresponsáveis personificadas por algumas pessoas e instituições.
Devo dizer-vos também que nem só daí vieram os que não quiseram o sucesso deste projecto. Não me pesa a responsabilidade da desgovernação.
Lisboetas, neste processo tudo foi pretexto para que não se governasse, não se fizesse, e o que se fez há-de sempre ter defeito.
É dito que não existem hoje condições de governabilidade em Lisboa. As condições políticas assim o determinaram.
Não senti, em muitas ocasiões, o apoio de vários sectores do PSD que, com passividade, assistiram a muitos dos ataques de que fui alvo contribuindo com esse insuportável silêncio para a transformação de mentiras em verdades.
Tenho, contudo, sentido o apoio e a solidariedade de inúmeros autarquas deste país, tanto do PSD como de outras forças partidárias.
Todos falam na necessidade da renovação da classe política. O certo é que o sistema político-partidário deste País não está preparado para que independentes abracem a vida política. E tentam, de todas as formas, expelir os corpos estranhos.
O que me motivou a continuar?
As pessoas de Lisboa que, na rua, continuavam a apoiar e a acreditar. A confiança no projecto e nesta enorme família que é a Câmara de Lisboa. A convicção de que um Homem nunca desiste por mais adversas que as condições sejam. E, acima de tudo, o interesse do povo de Lisboa. O que me move são as pessoas. Tudo o resto é instrumental.
Dei a minha cara por Lisboa. Empenhei o nome dos que me apoiaram. Quiseram manchar a minha cara. Sinto-me ferido na minha honra. Antes de ser acusado, já sofro as consequências, já sofro as consequências de actos que não cometi.
Disse, em tempos, que aceitava como princípio a posição do PSD relativamente à manutenção em funções de titulares de cargos públicos constituídos arguidos, mas que devíamos analisar caso a caso.
Dois dos meus Vereadores, na análise crítica da sua consciência, optaram por suspender funções. Apoiei-os e manifestei a minha solidariedade. Devo dizer, em nome da verdade, que os tentei demover, consciente que estava e estou da sua correcção.
Hoje sou eu próprio arguido no mesmo processo e, como sabem, fui hoje ouvido pelo DIAP. Prestei todos os esclarecimentos que me foram solicitados e disponibilizo-me, naturalmente, sempre que a justiça entender necessária a minha presença. Respeito muito a Justiça e espero que possa ser célere.
Eu estou de consciência tranquila e sei que a verdade virá mais tarde ou mais cedo ao de cima. Ainda que em sede de julgamento.
A política e a justiça devem coexistir no respeito integral pela esfera de actuação de cada uma. Confio na Justiça portuguesa e confio no meu julgamento político.
Se há corrupção, que se investigue, que se diagnostique e se actue. Por isso está em curso uma sindicância aos serviços da CML. (Meus Senhores, até este acto é alvo de críticas!).
Afirmei também que aconteça o que acontecer é meu propósito levar este mandato até ao fim. Sempre defendi a estabilidade e a responsabilidade de todas as forças políticas para garantir as condições de governabilidade. E há muitas maneiras de o fazer.
Falei com o Presidente do PSD e disse-lhe compreender a posição do partido. Disse-lhe também que reservaria para depois a minha posição.
Pois bem, meus senhores, chegou essa hora.
Cada eleito é livre, de acordo com a sua consciência e livre vontade, de ficar, suspender ou renunciar. Respeitarei sempre a decisão de todos e de cada um. Assim como sempre respeitei as instituições, Câmara, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia. Se a maioria dos Vereadores não quiser ficar, aceito e nada mais poderei fazer. Entendo também que se houver lugar a uma actualização da vontade popular, essa actualização deve abranger todos os órgãos autárquicos.
Com sentido de responsabilidade, tal como o Comandante de um navio, não serei eu o primeiro a abandonar o barco. Nem permitirei que me atirem pela borda fora.
Meus caros concidadãos, eu não estou agarrado ao Poder como muitos tentarão fazer passar. Estou a honrar um compromisso certo de que é isso que se espera dos Homens e das Mulheres que abraçam a vida pública. Também vos digo: Quem não sabe ganhar no terreno, tenta sempre fazê-lo na Secretaria.
Muito Obrigado
In Blog dos que querem que Carmona fique 03.05.2007
Sem comentários:
Enviar um comentário