quarta-feira, 2 de maio de 2007

E o que pensa Mendes?

"Espera-se que Marques Mendes faça o que deveria ter feito no início da vergonha na câmara da Lisboa. Porque se é verdade que Isaltino e Valentim não eram o melhor que o partido tinha para oferecer ao país, não é menos verdade que Carmona não é propriamente um modelo a seguir. Espera-se que Mendes recupere a coragem com que afastou aqueles que considerava um mau exemplo para a imagem de credibilidade que o partido exigia. O partido é o mesmo. E Marques Mendes? Será que considera Carmona um exemplo de credibilidade política? O que pensa de quem esconde a situação judicial do seu principal colaborador?
O que pensa de quem se ausenta para o estrangeiro em plena crise da instituição a que preside? Carmona – já o dissemos - é, sobretudo, um sonso. E, como bom sonso, armadilha raízes quando se sente inseguro: no auge da crise faz-se eleger presidente da Associação de Turismo de Lisboa; na perspectiva de ser constituído arguido pede adiamento. Tão patético quanto provocador. Marques Mendes tem sido cúmplice deste comportamento mas não pode continuar prisioneiro dos seus medos. Sentir medo é humano e compreende-se que Mendes tema os efeitos colaterais da perda de Lisboa.
Só esse receio justifica que tenhamos chegado ao absurdo que só permite uma solução: Mendes está obrigado a provocar eleições e encontrar um candidato capaz de rcuperar a credibilidade perdida.
Não sendo o próprio- a perspectiva da derrota é terrificante-, há um nome que emerge como óbvio, Paula Teixeira da Cruz.
Já é esse o desafio que se põe à liderança de Marques Mendes."


Raul Vaz
In
Jornal de Negócios 02.05.2007

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